17 janeiro 2010

Reconhecimentos



Okay, já que este é um assunto em voga, aqui vai: deve Portugal reconhecer a independência das suas colónias? Claro que... ###

Pois, ninguém se entende.

Agora algo mais desactualizado... o casamento homossexual. Tenho a minha opinião pessoal, mas há argumentos que não percebo. Por exemplo, começam a questionar a definição de casamento porque, ainda que concordem, há quem não aceite que se lhe chame "casamento". Lamento que seja preciso uma desculpa destas para debater o que é o casamento, hoje em dia. Há uma relação muito próxima entre casamento e família, ás vezes quase em sinonímia.

Penso que há um desfasamento entre a definição de família de há dois séculos atrás, e a realidade que temos actualmente. Para começar famílias numerosas fazem parte de um imaginário cada vez mais distante. Filhos únicos, dois filhos, famílias monoparentais, casais sem filhos, famílias de uma só pessoa... é mais isto que se passa. Tendo em conta esta realidade, acho que é razoável que se ajustem mentalidades, certamente.

É incorrecto chamar "casamento" à união legal(izada) de pessoas do mesmo sexo? Porquê? Porque a definição de casamento e/ou família (até porque o casamento pressupunha constituição de família) de há dois séculos está a ser desrespeitada? Na verdade está desactualizada, se assim a entenderem, porque senão até arriscamo-nos a ter de reconhecer que casamentos e famílias, haverá poucos.

"Chamem-lhe outra coisa!". Ridículo. Mudem de nome.

Depois há outros argumentos que me parecem tão... sei lá. Os problemas incutidos aos casais homossexuais, já existem nos casais heterossexuais, ou até mais. E podíamos ir até à adopção, tema sobre o qual nem tenho opinião ainda, mas até agora os argumentos contra não me parecem suficientes para refutar essa hipótese. Ora vejamos, os filhos vão chamar pai e mãe a quem? O mesmo poderia dizer sobre a situação dos divorciados, pais solteiros e orfãos.

Não podem ter filhos naturalmente. Nem muitos casais heterossexuais, que só com ajuda da Medicina conseguiram ter filhos.

Não dariam um ambiente equilibrado para as crianças crescerem. Se isso acontecesse, não seria novidade, pois já há muitas famílias desiquilbradas com pais heterossexuais com filhos. Vá lá, um argumento mais sólido? Ou nem por isso?

E o cúmulo mais provocador, o dia em que um casal de padres (sim, os padres que não se podem casar na igreja Católica) (e sim, certamente também existirão padres homossexuais) adoptar uma criança! E com isto um enfarte abalava alguns corações mais conservadoramente sensíveis. A minha avó se imaginasse isto, amanhã já teria de ir lá eu à terrinha por motivos maus.

Reconheço a necessidade de pensar sobre o assunto, todos nós. Razões e argumentos mais limpos e sólidos, se faz favor...


3 comentários:

miguelramos disse...

lol
Sinceramente já me cansa esse assunto.
É que só se pede uma única coisa, talvez um pouco de compreensão.
É apenas e somente, deixarem quem acredita numa união, ir em frente.
Ai este mundo nasceu torto, foi o que foi.

André disse...

Pedir um direito? Se é o caso, o de ser um direito, não há que pedir "por favor". Não estou a falar de direitos consagrados na ou pela lei, mas sim os que independentemente do que diz a lei, são universais.

Não quis defender aqui nenhuma posição, apenas criticar o vazio que é muitas vezes a discussão deste assunto, a meu ver, por falta de coerência dos argumentos "arremessados".

miguelramos disse...

eu entendi lol se é um direito ou não, há ainda muita gente que não o acha, mas isso não posso fazer nada.
Em certos aspectos eu concordo contigo, e percebi que não estavas a defender nenhuma posição, apenas de tantos argumentos que andam por aí a dizer isto e aquilo, que já nem sei o que pensar, ou se quer o que dizer.