24 junho 2009

Do silêncio faço um grito



... silêncio.

Uma outra conclusão a que cheguei, depois de um silêncio destes (já quase um mês), é uma sobre relatividade.

Independentemente das interpretações e análises, tanto quanto objectivas ou subjectivas, nos domínios das ciências humanas, existem factos sobre a verdade e importância da relatividade. Estes surgem principalmente na Física, o que significa que há uma «relatividade» palpável, tangível ao mundo real e não só limitada a formas de pensar e encarar, consoante as circunstâncias e contextos. Porque de certa forma é a diferença do contexto e da circunstância, sobre o sujeito, que confere a semelhança ou não de relação com um mesmo objecto entendido como constante mas cuja relação ou interacção com outros elementos difere, ou seja, a relação com os outros é relativa ao outro elemento com que se relaciona.

Ora, um estrondo, uma explosão, um rebentamento, será muito mais ensurdecedor depois de um silêncio profundo, do que seria no meio de uma linha de comboios com muito tráfego. O elemento ruído é o mesmo: pode atingir os 500 decibéis em ambos os casos, mas é muito mais intenso em relação ao silêncio. Outro exemplo é a temperatura. Colocando uma mão em água gelada e de seguida inserindo-a em água morna, esta parecerá muito mais quente do que se simplesmente colocássemos a mão nesta sem antes introduzi-la em água gelada.

Mas indo a extremos, o corpo humano não é sensível a mudanças de velocidade, mas sim a variações desta. Nós não sentimos a velocidade, apenas aceleração/desaceleração. Daí nos sentirmos "parados" no sofá da sala como num avião comercial em velocidade de cruzeiro, mas sentimos o empurrar contra a cadeira do avião quando este descola, porque este acelera.

Esta questão da relatividade das coisas é evidente no mundo físico, mas torna-se complicada no plano moral e cultural. É inegável que a mesma sopa pode saber melhor à noite, que de manhã. Pela mesma lógica, as nossas acções, decisões e até a maneira de estar e ser e pensar são afectadas. Os problemas surgem quando a relatividade se transcende e entra em conflito entre o aceitável ou não. É perigoso porque pode aparentemente justificar qualquer relativismo, o que não é de todo defensável.

Na Física existem princípios que, dentro da relatividade dos acontecimentos, explicam e, embora o conhecimento não esteja completo, justificam a explicação das leis que regem o funcionamento do Universo. O relativismo moral permitiria justificar o Holocausto, que contudo é errado por princípio. Mas a vida humana, ou somente a Vida, tende a complicar-se nos conflitos do homem com o mundo, quando é tão simples e o resto é que é complicado. Esta afirmação é ela própria relativa, mas encerra sobre si mesma a orientação mais simples e portanto parcimoniosa da questão. Os próprios princípios podem ser escorraçados na lama, levantando problemas primeiros das nossas fundações morais.

Matar um ser humano é errado, postulemos. Por isso, sem relativismos e especismos, Matar é errado.

Quanto à guerra, expoente máximo do assassínio de seres humanos, Só dormimos descansados à noite, porque existem pessoas que são violentas por nós, que matam por nós. É essa a função dos exércitos.

Já levantei muitas questões até aqui, mas esta conversa continua.


03 junho 2009

Ai korror crédu



Ao que parece, este blogue está a atravessar um momento minimal. Enquanto não falar sobre arte abstracta, não me parece que haja motivo para alarme.

Já agora, alguém sabe se Kazimir Malevich pintava de olhos vendados?

Oops!


02 junho 2009

Mesmo muito



Forreta é quem tem dentes e não oferece um sorriso. E com isto pus-me a pensar... muito.