16 setembro 2009

Hum?



É escusado, e talvez ofensivo, perguntar a um workaholic se trabalha para viver ou se vive para trabalhar.


15 setembro 2009

E tu és um grande nabo, desculpa lá



O famoso (ou será infame?) assalto à varanda da Câmara Municipal de Lisboa pelos alegados monárquicos foi assunto de conversa há uns tempos. Enquanto íamos comparando os argumentos republicanos e monárquicos, um amigo meu disse uma coisa muito acertada: Não acho que alguém tenha direito a ser rei só porque nasce.

Ambos os regimes tem vantagens e desvantagens. A maioria dos portugueses não queria, então, a República, mas mesmo assim foi-lhes imposta. Hoje a maioria não quer ter um rei. Certo será que a maneira como pensamos e as nossas convicções dependem em muito do tempo em que vivemos, onde nascemos e as nossas próprias experiências. Ora, isto não nos leva a lado nenhum, pelo menos conhecido e confortável. Não é tudo relativo, penso eu, mas a verdade é neste caso relativa.

O que o meu amigo sugeria em contraponto era a ascensão na sociedade por mérito. Mas nem a República assegura isso! Poderemos dizer que os nossos políticos são os portugueses mais brilhantes? Seguramente que não. Mas julgo que alguns têm muito mérito a recolher votos e a fazer outras asneiras, lá isso têm. Por outro lado nem os mais brilhantes seriam eleitos, porque o mérito não anda de mãos dadas com a inveja e mesquinhice e sobretudo: a cunha. Temos então um problema, que se chama emigração. Mas não é uma emigração qualquer... é a dos "cérebros" deste país. Isto porquê? Penso que tenha muito haver com o próprio povo português e a sua maneira de ser, estar e, pior, pensar. Afinal as coisas estão como estão porque o próprio zé povinho se aliciado por uma cunha aceita logo. Assim porque se queixam?

Há quem diga que os portugueses têm os políticos que merecem. Não sei se concordo. Não sei até que ponto é isso que acontece, se têm exactamente aquilo que merecem, ou se até não terão mais do que merecem. Felizmente, apesar de tudo, Portugal ainda é um país desenvolvido, pacífico, etc. etc., isto é, ainda é bom viver cá. E por isto acrescentaria, não acho que alguém tenha direito a ser português, ou melhor, a viver em Portugal, neste lindo país à beira mar plantado só porque nasce cá ou nasce português ou é filho de portugueses!

Aliás o português chega a pensar que tem direito a subsídios só porque sim. E o "porque sim" também é a razão pela qual Portugal existe. O "porque sim" sobrevive e resiste e persiste contra todos os argumentos, problemas, ataques e azares que apareçam, tal como Portugal. O "porque sim" tem sempre a última palavra, porque sim.

Voltando atrás, penso que o argumento evolui para ninguém tem direito a nada só porque nasce, que os outros também não tenham direito a ter, o que leva ao busílis da questão: porque carga d'água tu és alguém só porque és filho de fulano e eu sou ninguém porque sou filho de sicrano, quando eu sou melhor que tu, e tu és um grande nabo, desculpa lá, sem ofensas, mas também já me desamparavas a loja, idiota.

Rei, não obrigado, mas assusta-me a ideia de que apesar de podermos contestar o governo, os partidos políticos e os próprios políticos, não podermos contestar o regime (pelo que ouvi dizer... carece de confirmação).

Hoje em dia, uma ditadura em Portugal não seria impossível, mas uma revolução seria?


10 setembro 2009

Bad Advertising


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Publicidade online com um timing perfeito, no Myspace. A hora, a data (e por vezes até a localidade onde o nosso IP se encontra) são comuns neste tipo de scripts. Já menos comum é ser o visitante número 100.000 e 999.999 ao mesmo tempo.


05 setembro 2009

Da relativa leveza da moral



A pureza sempre é uma vaidade em voga, vítima do mau olhado e do próprio cinismo.

Já a promiscuidade será sempre a nojice mainstream que infecta a verticalidade do ser.

A mesma história, em qualquer tempo, entre todas as bestas.


03 setembro 2009

Cliché



"Gostei esta arte é bonita" disse a criança. Aliás, escreveu com erros e assinou, no livro de visitas de uma exposição. Outros só parafraseando, com um "achei interessante", "está harmonioso" ou "tem sentido", assinariam.

Aliás, a palavra interessante tornou-se um cliché sem sentido nenhum, a maior parte das vezes, dado o seu emprego abusivo e, ironicamente, desinteressante.

É pena que uma língua tão culta como a nossa seja usada ao pontapé e cuspidela. Digo culta porque transporta uma herança rica, diversa e ecléctica. Contudo, querem amputar ainda mais a Língua, de fato.