04 março 2009

Não era má no que fazia



O problema não era ser má no que fazia, porque até não o era. A incrível excepcionalidade com que exercia o seu ofício era mais um tormento do que um factor de sucesso. Retirava-lhe credibilidade tanta eficiência. Pois todos desconfiavam, qual seria a sua manha. Para piorar as coisas, se depois errasse, diriam que era de propósito.

O problema era mesmo ser boa. Boa no que fazia. No que mais ninguém fazia. Tal como o petróleo para o Médio Oriente, era mais uma maldição que uma fortuna, para Edite.


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