O quotidiano era suportável. Já o feitio das pessoas era mais duvidoso. Sem saber se o mal era seu ou não, Edite pouco podia fazer em relação a essa dúvida. O Mundo não entrava nas estreitas portas da farmácia. Era um obstáculo, por assim dizer, e sem cura, o abutre subsiste. Mas continua. Continua tudo igual, inalterado e sempre. Edite nada pode fazer.
Este negócio da honestidade é na verdade um tanto obscuro. Não adianta responder às inquietações e tormentos, ou até às coscuvilhices da ingerência. O indígena só acredita no que quer ouvir.
Farta de não a levarem a sério e de a trucidarem por suposta falta de talento, decide bater com a porta. Escondeu o infame cristal e foi então que dedicou-se à meteorologia.
02 março 2009
Não a levavam a sério
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