Depois de uma quadra natalícia sem net, um réveillon com operações stop à espreita, lá no recôndito a que chamo «térrinha», é tempo de regressar. Mas regressar a quê? Espere, caro leitor cosmopolita. Tenho a certeza, ou melhor, tenho e sinto a certeza que não é em qualquer lugar mundano por este mundo fora que somos recebidos por quadrúpedes herbívoros amistosos... à saída do avião. Note-se, são amistosos, até porque não se tratam de gazelas nem zebras, portanto é seguro não se preocupar com carnívoros selvagens lá na minha terrinha.
Mas e depois? Posso ir a Sete Rios e ver uns quadrúpedes bem mais exóticos... como leopardos, tigres, e os outros... trés chic! Hum... pois. A diferença é que os quadrúpedes anteriores podem ser vistos sem ter que se pagar por isso. A sua disseminação é tal que, por vezes, até se nos dá vontade de pagar para nos saírem da frente do carro. E dos lados. E também de trás. E sem sujar. Ora aí está uma situação que pode mostrar quem realmente somos, ao nos colocar complexas e difíceis questões, desde a origem do Universo (que por acaso já não é o Big Bang), relativismo moral, teoria do caos, até, por fim, mecânica física da buzina e agora sim, se a quântica de partículas se aplica à energia dispendida com a paciência. Pois, isto agora é que é exótico, e sempre dura mais qualquer coisa, pelo menos mais que um ataque de felinos famintos e aqueles 10 euros de bilhete para o Jardim Zoológico.
Claro que tenho dúvidas. Para além da origem do Universo, também não sei se o bilhete custa 10 euros. Mas sim, são vaquinhas.
04 janeiro 2009
Terrinha
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